O microcosmo da cantata barroca por intérpretes de eleição
«Os dois instrumentistas mostraram igualmente uma grande sintonia com o universo da cantata de câmara através de realizações imaginativas do baixo contínuo, sempre bastante atentas ao carácter das obras — recorde-se que neste repertório o registo da parte instrumental na partitura se limita à linha do baixo com cifras, devendo os intérpretes realizar as harmonias e enriquecer a textura com outras figurações.
Também nas intervenções puramente instrumentais ousaram apostar na componente da improvisação a partir de excertos de obras conhecidas (de François d’Agincourt, Frescobaldi, Kapsberger, Soler e Sanz), especialmente baseadas em baixos ostinatos ou em fórmulas de dança, recriando assim com vivacidade e virtuosismo uma prática habitual nos séculos XVII e XVIII ainda relativamente pouco presente nas salas de concerto do circuito mais convencional da música erudita.»
Público
Cristina Fernandes | Febrero de 2016